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Lapa

Trôpega Lapa,
sinto-me imerso dentro
desses corpos tortos
encontrando-me em mim mesmo.

Sonora Lapa,
você que já não rima mais
em nenhum samba canção
quando a luz do poste apaga.

Catedrática Lapa,
aprende-se física nas tuas ruas
na ação-reação do cassetete
para dois corpos ocupando o mesmo lugar.

Real Lapa,
toda sua poesia jogada, perdida.
Uma delas passa correndo
levando embora um celular e um encontro.

Viva Lapa,
essa que sempre furta
uma lapa de mim pela noite e a deixa
sob seus arcos feito oferenda.

Querida Lapa,
como é bom o reencontro,
como é bom estar em casa e
deitar na tua cama.

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