ábaco cinza
três beijos na bilheteria do metrô
barrados pelo vidro gélido
necessariamente blindado
dois "como vai?" no cabo do telefone
enforcados pela voz serviçal
de alguma não-Juliana
o aperto de mão com um voluntário da ong
carregado numa tromba de ternos
corrente da avenida desconhecida
aquela mensagem sempre sem resposta
zerar
reaprender a contar
refugiado
nos cantos das maritacas