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epílogo

hoje, minha mente se comportou como se comportava antigamente. é difícil pensar que já faz quase dez anos que escrevo e que grande parte das vezes que escrevi foi desse jeito, cansado e insone, no frio da madrugada.
minha atenção e compreensão me pregam peças e, quando vejo, estou fantasiando sobre uma festa aleatória que não fui há uns anos atrás ou lembrando de antigos poemas meus, os poucos que não se apagaram da memória.
e é assim que eu quero que eu volte a ser: aquele jovem magrelo, com olheiras das noites sonhadas no papel. quero ser esse sangue derramado em tinta preta, em mais um caderno que não terminarei.
como aquele, fatídico, que perdi na arquitetura, com meus melhores textos e rabiscos, que nunca poderei consultar. que me diria
"dorme, menino levado. dorme, que a vida já vem."

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