vida maré
penso na vida
como quem olha
o mar
a onda vai, não vem
a onda se rebenta prenha de grãos
eles se movem
geram atrito
estruturam paredes de castelos
e sujam biquínis tímidos
sem saber da primeira gota
que os tornou outros
depois outra
depois outra
depois outra
observo
reencarnações marítimas
dobrando sobre a costa
enquanto espero meu quebra-mar