da precisão e da necessidade
preciso
de alguém pra poder apontar e chamar de amor.
tenho tanto, tanto amor em mim
e a pressão do meu peito pede por um foco preciso
de alguém pra poder apontar e chamar de amor.
preciso
de alguém pra poder apontar e chamar de amor.
tenho tanto, tanto amor em mim
e a pressão do meu peito pede por um foco preciso
de alguém pra poder apontar e chamar de amor.
sonhei um sonho incrivelmente detalhado
em que a gente se amava, se sorria,
se casava
o fruto do que eu não mais plantei
no fim, abraçados, contive as palavras
que gastava, para cuidar dos votos
de um ritual mundano que nunca sonhamos ter
não saber o que eu diria
é o motivo da tormenta
e sem saber o que pensar do sentimento
que só tive por ser sonho, por ser triste,
fico com medo de dormir
eu nem pensava mais em você,
mas fico feliz, pois nesse mundo etéreo
existe meu voto que nunca existiu.
estamos ficando velhos e cada vez mais estúpidos.
tratamos a inconsequência como objetivo final.
traçamos metas para podermos deixar de prosseguir.
pensa:
se o objetivo é que nada aconteça,
o mundo
conspira para que o faça.
é o que lhe dá prazer, mostrar o quanto
sempre, eternamente, cada vez mais
estamos errados.
errados por conta dos nossos erros.
é um erro não conseguir parar de pensar em você.
me intoxico nas suas palavras
as que não têm sentido
até não ver mais nelas qualquer forma
sem sentir o que me constitui
incorpóreo flui
como o trabalho e os dias e o dinheiro
fico sentado a esperar o momento certo
pra te capturar, te repetir pro mundo
e perpetuar o seu desprezo
olá, meu nome e Luciano e sou poeta.
dizer isso é soar pretensioso
quase que instantaneamente
e você logo pensa que
não sou grande coisa
falo isso pra me engrandecer
e, nesse caso, tem toda a razão.
a diferença é que sou sincero.
manipulo com vontade minhas palavras falsas
mal usadas
sinceramente.
não sou poeta por falta do que fazer,
essa é a minha forma de parecer maior
sem fazer biquinho.