leitura da mão
preciso de tão pouco
para viver tão bem
um solo de violão
roupas jogadas no colchão
um longo café, um pouco de pão
poemas clichês e um aperto no coração.
preciso de tão pouco
para viver tão bem
um solo de violão
roupas jogadas no colchão
um longo café, um pouco de pão
poemas clichês e um aperto no coração.
à deriva
à beira
ao cantar
da sereia
me sinto em xangai
ou em qualquer lugar oposto
onde não me entendam
e meu paladar seja inexato
de adeuses incontidos
de outra forma
de amar
você
a gente fazia essa brincadeira
deixe
por telefone
depois da voz grossa de meu pai
uma música
um verso
um outro
não sei
quanto gastei aquelas fitas
e lps
quantas vezes ouvi
sua voz no interfone
quantos
adeus
nada mais me faz lembrar
como era a vida
ao tom
da sua voz
me evita como
quem evita um carinho
como quem se conforma
se deprime
- o mundo é esse e
não tem mais volta
você não -
me quer
e eu te amo
minha voz mais forte
soa dentro de mim
por mais que eu grite
ocupo tão pouco espaço
queimo menos que
a chama que esquenta
meu almoço
o que sou pros outros
só importa
a mim
não me importa
nada
por ser muitos não
sou ninguém