pelo portão barulhento
que nunca mais ouvi
o passado tem formas
inconsoláveis de bater a sua porta
não me canso de ouvir
seu ranger e bater
envolto em neblina
dos meus próprios pulmões
e a ferrugem em meus dedos
dizendo pra nunca mais voltar
quase não reconheci seu cheiro quando
fechei meus olhos e pensei nela
prometo que é a última vez
e quase sem te ver nesse breu
da noite com a lua oculta
nas nuvens desejei lhe ver mais uma vez
nessa noite quanto tempo faz
desde a minha última visita
e agora penso nela
de olhos fechados
prometo que não lhe vejo
e é a última vez
todo o ser
de negra alma
que sempre quis ser agora
eu sou
e que erro!
o que quis tenho diariamente
na ponta dos dedos
nada
é suave como uma lanterna de pedra
acesa sob a noite e a tempestade
bebo tristeza
com o café amargo
e tudo que não consigo mais engolir
preciso de tão pouco
para viver tão bem
um solo de violão
roupas jogadas no colchão
um longo café, um pouco de pão
poemas clichês e um aperto no coração.
à deriva
à beira
ao cantar
da sereia
me sinto em xangai
ou em qualquer lugar oposto
onde não me entendam
e meu paladar seja inexato
de adeuses incontidos
de outra forma
de amar
você