Por que me visto?
Desisto do abraço?
Traço vidraças?
Taças de vinho?
Vizinho ainda existe?
Triste é querer?
Shopenhauer tinha razão?
Contemplação salvará?
Vibrará a vida?
Saída para a morte?
Por que tenho costumes?
Lumes são?
Terão algo a oferecer além do eterno retorno?
Contorno como no pálido langor?
Amor irá insolar sem dor?
Flor de onde brotará na estrada?
Sobreviverá sem culto definido?
Gemido será trilha sonora?
Chora aquele que não dorme na rede?
Parede traz proteção ou véu?
Pincel sem tinta?
Pinta a mão vedada?
Enfaixada?
Levada por ninguém?
Alguém já ignorou miragens?
Margens não podem ser pontes?
Horizontes destinados ao infinito?
Grito ou suspiro?
Giro até quando?
Respirando sem sei?
Irei publicar o que errei?
Levarei adiante o instante?
Restante do que se desfez?
Por que as estrelas se ausentam?
Ventam para outros olhares?
Lares a acolhem?
Escolhem as mais brilhantes?
Distante do vulgo?
Alugo o que enquanto me abandonam?
Desmoronam minhas inspirações?
Solidões encorpadas?
Nadas sofisticados?
Quadrados floridos?
Sorrisos terão coragem de abrir as cortinas sem peça?
Tropeça quem começa ensaiando?
Remando como Montaigne?
Quem dirá que a forma do mundo nunca se quebrará?
Levará quanto tempo o homem para se fragmentar?
Brincar de colar?
Preocupar-se em não mais se lembrar?
Colocar a cachoeira na beira do lar?
Por que as águas da minha fonte se escondem?
Distorcem os lapsos de embriaguez?
Sensatez demasiada?
Manada de surdez?
Altivez da pequenez?
Estupidez moderna?
Lanterna ou vela me guiarão nessa caverna?
Morna jornada dirá Platão?
Dirão o que os outros sábios?
Lábios te darão as respostas?
Costas que caminham podem rimar?